O SEGREDO DA BRISA
Sopra uma brisa do mar.
Os meus livros são ostras
adormecidas.
Uma pomba sobre uma pedra me
lembra
a paz de uma tumba.
A grama cresce entre as pedras,
como cabelo
de criança, em sua fragilidade e
inocência.
Uma pedra se destaca entre todas
as pedras:
é a memória, que cresce e
sangra.
Nesta minha biblioteca um livro
se destaca:
nobre, grandioso, primitivo como
o homem.
Os animais despenham-se no
pântano, trágicos,
marcando o meu lugar entre os
mortos.
Eu escrevo, escrevo, escrevo.
As águas fluem das encostas
verdes, com as gaivotas.
Olho o horizonte infinito das
montanhas, que despencam.
Definitivamente, não há perdão
para os homens.
2 comentários:
Depois de tentar várias vezes, finalmente consegui ler o poema.
Não! Não há salvação para os homens que destroem essa paz que se lê em sua poesia.
Um beijo
Mirze
A brisa por ser carinhosa
É quem mais tem castigado
(Siba)
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