Victor R. Caivano AP
AS ASAS DA LIBERDADE
A Liberdade implodiu.
O chão
logo ficou coberto
de caliça, entulho, ferro, pó
e sangue.
A Liberdade,
como um castelo de cartas,
implodiu o Colombo sem
nenhuma nau, nenhum mar mais
para navegar,
e outro edifício menor, que
nem nome tinha.
Resta uma árvore, com suas
folhas verdes,
sobre a desolação.
Alexandre sentiu que o chão
lhe faltava
e entrou no elevador,
procedimento menos correto que
possa haver.
O elevador
despencou com o prédio
e
Alexandre se salvou sem um arranhão.
Maria
(vou chamá-la apenas
Maria, agora ela
não pode se importar com mais
nada),
Maria também sentiu que o
chão lhe faltava
e procurou a escada.
Era o procedimento correto,
mas a escada despencou e
Maria só pôde dizer
Meu Deus
e tudo estava consumado.
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