
O pomar do dia
As maritacas trincam o céu das frutas maduras,
O ouro escorre da árvore.
Olhar uma árvore é multiplicar o olhar,
O prisma das folhas me entrega o universo.
Os gerânios vermelhos entre o musgo verde,
Os cravos rosados na água brilhante do jarro.
Na forja da tarde, o martelo da araponga.
As pitangas são gotas de sangue.
A romã explode, as sementes são diamantes.
Uma cigarra quebra as vidraças da tarde.
Um melro voa de um galho de cedro.
Cálices de flores gritam no alto dos ipês,
Pássaros pingam mel.
A vida é perfeita no pomar do dia.
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10 comentários:
Bucólico, belo e suave... ;)
De se lambuzar...
Brandão,
Sob este prisma, todas as cores se enfeixam.
Abração.
Amigo J.C.
Um comentário tem 4 palavras, outro 3 e o último só uma. Portanto eu já escrevi mais que eles todos juntos, mais aqueles que hão-de vir rsrsrsrs. Por isso e para terminar, apenas direi: excelente.
Um abraço
Victor Gil
Amigo J. C.
Afinal enganei-me o último tinha 10 palavras. Só li a primeira rsrsrsrs.
Um abraço
Victor Gil
Muito lindo!bom Março pra ti, cheio de coisas boas!abração,chica
Estão a adivinhar uma nova estação!
Um abraço, ótima semana para ti
Em conexão profunda com a natureza :), muito bonito!
Beijos
A natureza é tão forte em seus poemas e tão bem descrita e sentida que a gente se vê lá. É de lambuzar, como diz o bardo. Beijo.
Ali, 'onde a vida é perfeita no pomar do dia', é também aqui, dentro de nós, na nostalgia do paraíso perdido, no poema configurado.
Belo poema, a descrição, o achado , grande achado, final.
Grande abraço, Brandão.
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