As árvores sussurram na noite vasta.
Os elefantes caminham pesados na avenida,
seguem um sino inaudível para o abismo.
Portas se abrem e fecham.
Os mendigos estão tocando piano.
A noite se move lentamente, com a música.
As mariposas se beijam no escuro,
mostram-se na suave claridade do bar
e se vão, infelizes.
O silêncio de Deus como um túnel.
Estrelas geladas caem.
Carros arrancam, explodem.
As águas correm, negras, sob as pontes.
Os mendigos solícitos se deitam para a morte.
A Dalton Trevisan
23-11-2011 - José Carlos Brandão
4 comentários:
O silêncio é um túnel cheio de ecos e suspiros...
beijos :)
Um poema sombrio que as metáforas enchem de uma suave beleza.
Um beijo
minhas memórias, não de elefante
são ossadas preservadas no tempo
no meu museu interno
e container de mim mesma.
meu carinho
Sam
JC, simplesmente arrebatador. Beijo
Postar um comentário