segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MEU (DES)ENCONTRO COM MANUEL BANDEIRA






MEU (DES) ENCONTRO COM MANUEL BANDEIRA



Eu vi Manuel Bandeira parado na frente do Banco...
Não me lembro de que banco, mas era um prédio antigo
e o poeta exibia seus famosos dentes que eram teclas de piano.

Eu contemplei o poeta com admiração, quase com devoção,
e não tive coragem de me aproximar, cumprimentá-lo, quem sabe
ajoelhar-me a seus pés.

O poeta pairava com displicência no mesmo lugar
como se não esperasse nada, apenas que a vida passasse
e as coisas continuassem com a sua insignificância e a sua poesia.

Eu fiquei tão encantado contemplando o poeta, imbuído
de tanta timidez em minha veneração quase estúpida
que não pude dizer nada, fazer nada.

Até se poderia ouvir a música das teclas de piano do poeta
que, naquele distante 1969, quando eu o via em carne e osso
e poesia, há muito já partira para outras encantadas esferas.







2 comentários:

Bazófias e Discrepâncias de um certo diverso disse...

Manuel Bandeira, importantíssimo! queria eu também ter uma possibilidade de dialogar um pouquinho com ele. abs

Adriana Godoy disse...

Belo (des_encontro) Beijo