MEU (DES) ENCONTRO COM MANUEL
BANDEIRA
Eu vi Manuel Bandeira parado
na frente do Banco...
Não me lembro de que banco,
mas era um prédio antigo
e o poeta exibia seus famosos
dentes que eram teclas de piano.
Eu contemplei o poeta com
admiração, quase com devoção,
e não tive coragem de me
aproximar, cumprimentá-lo, quem sabe
ajoelhar-me a seus pés.
O poeta pairava com
displicência no mesmo lugar
como se não esperasse nada,
apenas que a vida passasse
e as coisas continuassem com a
sua insignificância e a sua poesia.
Eu fiquei tão encantado
contemplando o poeta, imbuído
de tanta timidez em minha
veneração quase estúpida
que não pude dizer nada, fazer
nada.
Até se poderia ouvir a música
das teclas de piano do poeta
que, naquele distante 1969,
quando eu o via em carne e osso
e poesia, há muito já
partira para outras encantadas esferas.
2 comentários:
Manuel Bandeira, importantíssimo! queria eu também ter uma possibilidade de dialogar um pouquinho com ele. abs
Belo (des_encontro) Beijo
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