A CASA É UMA SOMBRA
A casa é uma sombra do que
fora.
Mancha escura, ou nem tanto,
na paisagem.
Um pouco de caliça, entulho,
pó.
As raízes penetram as
paredes,
De um jeito ou de outro
querem persistir.
O que existe é uma página em
branco,
De tanto lida, gasta pelos
dedos
E olhos incertos, gastos por
sua vez.
O lápis, oco, não escreve
mais.
A alma, oca, não escreve:
esparze a sombra.
Não somos mais quem fôramos:
ninguém
É o que somos, no jardim
esconso.
A água flui.
O vento ajunta as folhas
amarelas
E varre para fora do possível.
Um comentário:
O Ontem é assim, ainda bem que sempre podemos reformar a casa no Hoje, se há raízes invadindo é sinal que há vida! Apreciei muito... Abçs
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