A paineira
Você observa os galhos despidos
Erguidos em riste contra o céu azul
E as nove casas de joão-de-barro
Protegidas pelos espinhos da paineira.
Uma paina no chão, semi-aberta, espera.
Os fiapos brancos buscam o ar livre.
Você toma a paina nas mãos como um bicho:
Parece que se mexe, pulsa, quer voar.
Há desenhos de árvores e pássaros no chão.
Um pequeno pardal bica a própria sombra.
Uma flor solitária da paineira brilha
Entre os espinhos, sobre as águas do rio.
Um sanhaço muito azul salta de galho em galho
E dança na luz, paira no ar, caçando bichinhos.
Um sabiá se refresca à beira d’água e canta.
Os peixes curiosos espiam de cabeça de fora.
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10 comentários:
adorei essa dos peixinhos curiosos :) o poema termina feliz na condição de apreciar
adorei
beijos
Gosto sempre destes teus poemas, que se escrevem no natural...
Um beijo de boa noite, José.
Que lindo!
Beijo de peixinho curioso para vc.
Só com olhos de bem ver
Agradecido pela visita ao Rembrandt...
Gostei muito do seu espaço
retornarei com frequência
abraço
Meu querido Poeta
Os seus poemas é para ler nas entrelinhas...adoro
Beijinhos
Sonhadora
Um reparo um tanto curioso...interessante. Abrçs
Eita tempo bom na minha terra...esse último fim de semana consegui ver algumas...e tinha inclusive um sanhaço!
Muito bonito seu texto!
[]s
José Carlos!
A sensibilidade do poeta Faz a paina pulsar, para nosso deleite!
Um encanto e um canto de PAZ!
Beijos
Mirze
José Carlos, olá! Eu sou Jefhcardoso e venho do blog da Sonhadora, que foi onde encontrei o seu. Identifiquei-me muito com a “musa” do teu poema, pois aqui as Painas também nos enchem os olhos nesta época do ano. Os sanhaços são uma recordação mais rara, um tanto remota. Não os tenho visto ultimamente. Parabéns por sua composição. Abraço!
http://jefhcardoso.blogspot.com (convido-te para ler novamente em meu blog)
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