quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Aquarela
Aquarela
As flores-de-São-João dão vida à arvore seca,
O ipê roxo se eleva entre a estrada e o pasto.
A água escorre de uma montanha de pedra
E é como sangue resplandecendo ao sol.
O céu límpido ao fundo dói de tão azul,
Um gavião carcará passa voando e grita.
As plantações de vários tons de verde
Brilham enfileiradas nos montes em frente.
A fumaça espirala-se das casas nas encostas.
Um jumento cansado rumina o universo
Com os olhos tristes, mas com paciência.
E o vento silva sem pressa no capinzal.
Uma capelinha branca na montanha mais alta,
Um inviável barco a vela no pequeno lago,
A água cai, em festa, de uma calha de bambu.
Colhemos, nos olhos abertos, a calma do dia.
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Fotos: em Pocinhos do Rio Verde, Caldas, MG.
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Visite meu outro eu: http://gregoriovaz.blogspot.com/2010/08/aniversario.html
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9 comentários:
Brandão,
Sente-se, a cada frase, a mão pacificada do poeta, nesse dia calmo de azul.
Bj
Muito, muito lindos os teus versos, Brandão... Eles têm a forma e o perfume da natureza!
Gostei demais dos escritos, do espaço...
Por isso passo a seguí-lo e virei sempre.
Grande abraço!
Então, poesia que é oração. Foi isso que senti (um enorme respeito rondando os versos)! :)
bjs
Lindo, lindo, lindo!
Bjs.
Aqui eu venho sempre para conviver com a mais pura natureza.
Colher a calma do dia!
Lindo demais, José Carlos!
Um abraço
Mirze
Viajando pelo Vale do Ribeira, interior de São Paulo, Sul de Minas, vi muitas imagens parecidas. E depois, voltar para o "barulho" é um tormento...
Viajei no seu poema
Uma verdadeira tela pintada com ao som das cores de um poeta...
Um beijo
O poema nos encanta com descrições que intercalas com figuras de linguagem "um jumento cansado rumina o universo". São tantos universos que coexistem. E no fim "colhemos, com olhos abertos, a calma do dia". Sim, poeta, colhemos..
bjs.
Brandão,
Capela assim emoldurada facilita a oração.
Um abraço.
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