O mato
O capão de mato ao fundo me fascina.
Nenhum mistério, apenas a beleza
Das árvores e da água bem no centro.
Existe uma pureza que não se explica.
Animais, pássaros raros se agasalham
Entre seus recantos mais escondidos?
Apenas a beleza de uma orquídea
No alto de uma peroba brilhando ao sol.
Ouço o sibilo dourado dos guizos
De uma cascavel? Uma jaguatirica
De tocaia ruge? A arara gargalha?
O esquilo salta num raio de luz.
Depois é tudo quietude, silêncio verde.
Os marimbondos zumbem alvoroçados
Na sua cachopa à beira de um barranco.
A sombra do mato me acolhe nos braços.
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Desde a minha infância esse mato, bem ao lado de casa, me fascina (é o mesmo da foto do cabeçalho do blog).
14 comentários:
[partilhar um pedaço de terra da gente, dentro da palavra, como um jardim que jamais arde]
um imenso abraço
Leonardo B.
José Carlos!
Essa terra arde em vida e você a divide com toda a beleza que um poeta sabe fazer.
Bebo um pouco e me deleito nesse seu espaço onde a natureza vibra.
Beijos
Mirze
O mato é quase um sacrário - onde me sinto em paz. Beijo, Brandão.
:) gosto muito de ler este português com sabor diferente. por exemplo, "cachopa" em portugal é uma rapariga nova. beijinhos.
Mas quando leio a sua poesia, penso sim no mistério das coisas visíveis, como dizia Oscar Wilde. Como elas se tornam signos vitalistas? Como elas se mostram em redes de sentidos amoráveis?
Abraço.
Muito belo
este seu silêncio
a tua poesia está cada vez melhor!
Quanto ao tempo, tenta não custa nada ver o tictac passar!
bjs
José Carlos!
Ontem resolvi ouvir o canto dos pássaros no YouTube E confundi "Capão" com "Capitão do Mato", lindo pássaro assim como seu canto.
Beijos
Mirze
o silêncio verde
a esperança de paz
Uma linda flor sempre ostenta uma beleza sozinha, e outra como pano de fundo.
Beijos.
eis a minha salvação,
o meu repouso, o meu deleite.
forte abraço.
"Silêncio verde": que beleza!
Meu querido Poeta
Um poema lindo, vivido e sentido, adorei.
Beijinhos
Sonhadora
Brandão,
Está mais do que bem acolhido!
:)
Abraços.
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