domingo, 8 de agosto de 2010
O canário
O canário
Olha o canário: canta, depois voa.
A libélula cai de uma haste fina.
O capim brilha à beira da lagoa.
O sol beija de leve as folhas verdes.
O vento esconde-se no bambual.
O gavião soberbo na manhã.
Refresco os pés nas águas do riacho.
Os lambaris, lavados e prateados.
Olha o canário: vai morrer, mas canta.
E olha a borboleta como dorme.
Olha os patos selvagens como gritam.
E as águas correm verdes entre as pedras.
Um grilo grita muito fracamente.
Um sagui se pendura num cipó.
Os pica-paus martelam o coqueiro.
O céu e as nuvens são um rio sem água.
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7 comentários:
Qual é o endereço dessa Passárgada Zé?
nostalgia...
forte abraço!
Brandão,
"Olha o canário: vai morrer, mas canta".
Ele faz a parte dele; você, a sua.
Abração.
Lindo, lindo!
Lindo o poema e lindo esse lugar!
Bj
o canto do canário reflete a força de tudo que há de pleno nos céus e na terra.
Um encanto tudo aqui!
José Carlos, borboletas dormem?
"O céu e as nuvens são um rio sem água"
Poeta! Que paraíso!
Um forte abraço!
Mirze
Adorei o novo visual. Os cantos dos canários encantam e tantas aves faz a poesia voar.
bjs
Eu queria esse êxtase telúrico, esse natural em mim, Brandão. Talvez por isso mesmo eu veja a natureza com uma certa nostalgia, o que me move a escrever, a fotografar.
Grande abraço, meu caríssimo amigo.
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