O monjolo marcava o tempo na água
O moinho moía a farinha e os galos
O canto dos pássaros bordava o dia
O arado tombava a carne da terra
As sementes sorriam prenunciando a flor e a espiga
A noite me embalava na copa da figueira
Longe os latidos dos cães loucos
Eu me aconchegava no seio da lua
Como no embalo de uma rede e sonhava
Os grilos brigavam com os vaga-lumes entre os coqueiros
As estrelas caíam com o sereno
O leite da madrugada era doce como a vaca Moela
O bezerro Bito mamava com sofreguidão
A Moela e o Bito, eu me dizia, sabem o meu nome.
Um comentário:
As cenas bucólicas aqui descritas são fascinantes.Sensibilidade à flor da pele.Magnifico!
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