quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ofício de poeta

É inútil ficar com raiva do homem

É muito alta a montanha e pesada a pedra


Os olhos são duros, as lágrimas de vidro

Se quebram no espelho envergonhado


Vesti a minha máscara azul

Saí dando pinotes pela rua


As ranhuras na face de madeira

O mundo me ignorava como a um cão


A coleira me esfola o pescoço

Os meus latidos não acordam o sol


As palavras hipócritas na esquina

São o meu osso, o meu trigo, o meu vinho


As águas continuam a correr sob a árvore

É inútil ficar com raiva de Deus.


Um comentário:

Eliana Mara Chiossi disse...

OI,

te encontrei pelo OVERMUNDO
e gostei muito do teor de seus comentários.
Fiquei curiosa e vim conhecer teus poemas e teu blog.
Gostei muito e quero voltar sempre.
Beijos