quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Exílio

Os teus olhos fitam o céu para sempre

O azul penetra neles como um mar


Pássaros caem no chão seco

Um avião explode, destroços e sangue voam


O vento cruel fere os teus lábios

Não leva o pó incrustado nas ranhuras


As tuas mãos crispadas agarram o chão

O teu corpo hirto parte-se


O sol inclina-se sobre a tua face

A montanha desaba, o cavalo cala-se


A tua solidão é completa

É uma pedra no deserto


A tua alma exila-se devagar

Agora só Deus existe.


Nenhum comentário: