terça-feira, 24 de agosto de 2010

A cigarra




A cigarra

Estrídula, a cigarra chia e canta.
A cabra dorme à sombra do mourão.
A menina boceja na varanda.
A manhã é tranquila, entre os crisântemos.

A lagarta se sonha borboleta.
A libélula pousa no barranco.
Uma minhoca cava em silêncio
A sua alcova úmida no barro.

Ouço a quietude da moringa d’água.
A melancia fresca de orvalho.
O aroma das ameixas no pomar.
O cafezal ressona sob a névoa.

O cavalo urina no jardim.
A garça voa sobre os bois, revoa.
A coleirinha salta no capim.
A rã caça mosquitos no laguinho.

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10 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Brandão,



Para dentro de casa
pude trazer, ao menos,
a quietude da moringa
d'água.








Abração.

chica disse...

Que delicia isso!Que paz!abraços,chica

Luiza Maciel Nogueira disse...

isso tudo dança, os seres no sítio das nossas moradas, tanta vida cantas em ti/ ao redor!

Beijos

Felipe Costa Marques disse...

Terráqueo,

Sábias palavras e imagens
de apreciações.

Um abraço arvorescente!

Unknown disse...

José Carlos!

Essa minhoca cavando no silêncio...e que silêncio!

Um paraíso perdido, e achado!

Beijos

Mirze

Eleonora Marino Duarte disse...

o melhor é receber de ti
a nobreza da paisagem.


um beijo.

Adriana Godoy disse...

E assim caminha a natureza...as cascas das cigarras cantam, bonita imagem!

O poema inspira e nos faz ficar atentos à simplicidade da vida. Beijo

Claudia Almeida disse...

Soltou a bicharada, gostei do silêncio da minhoca, bjs.

Domingos Barroso disse...

Cada verso
causa-me a sensação
da minha alma transmigrada
aos teus rincões.

Forte abraço,
meu amigo
e grandioso poeta.

Joaonicodemos disse...

Caro Brandão,

Os silêncios em seus versos
são musicais...


como a luz
nas fotos de Sônia.


grato pela beleza compartilhada!