quarta-feira, 20 de maio de 2009

O mar em Fortaleza





Dia e noite ouço a música do mar.
Do 13º andar ouço as ondas
Voando como loucas no mesmo lugar.
Batem as asas, assopram, engolem.

Os navios no porto estão parados eternamente
Como uma garça sobre uma perna só.
As jangadas são verdes como o mar.
O tigre da manhã ruge feroz.

Ao meio-dia, à meia-noite o mar ruge.
Ouço o mar rugindo no outro mundo,
Ouço o grasnido de uma gaivota, ouço as pedras,

As árvores afogam-se no mar e gritam felizes.
Ouço o meu quarto navegando nas ondas do outro mundo.
Tenho todas as palavras na mão e desfolho o abismo.

_____________________________________________

12 comentários:

Cris Animal disse...

Me senti a própria onda ou quem sabe a gaivota nessa brincadeira de mar e ondas que se quebram em suas palavras com esse ar pueril e romatico. Lindo. Lindo como mar, José!


Estou fechando meu blog esta semana só para os amigos. Vc vai precisar pedir autorização no meu e-mail que aparecerá para continuar no meu blog e...é claro, quero muito que vc fique. Por favor, assim que tentar entrar no meu blog e constar fechado, envie um e-mail e mando autorização. Peço apenas que identifique no e-mail o nome do seu blog. Valeu!
beijo grande
..............Cris Animal

BAR DO BARDO disse...

impressão boa de que tudo pertence ao mar e a seus movimentos - seu apê se transforma em submarino... muito bem!

Anônimo disse...

Até que enfim deste o ar da graça lá em casa! Muito obrigada, adoro quando vc comenta.
Estou lendo seus poemas e escutando o grupo português Madredeus e acho que encontrei a trilha sonora do seu blog, combinou direitinho.
Adoro a sua cidade!
Bjs.

Anônimo disse...

"Tenho todas as palavras na mão e desfolho o abismo."


Obrigada pelo poema.
Que bom ter passado por aqui.
Longa vida para você e suas palavras!

J.G disse...

E gritou as palavras pela mao de uma menira simples e suave. Gostei muito de ler esse poema, um Abraço ;)

Anônimo disse...

Belo Poema,ouvi gritos por de trás deste poema,sinfônico, essas árvores que se afogam no mar..essas árvores todas minhas que testemunharam minhas traquenices de menina!!
Beijos.."anseio ler um do seus livros"

Adriana Godoy disse...

Que marola mais deliciosa. O apartamento e o mar, uma simbiose perfeita. Belo, José Carlos! Beijo

Moacy Cirne disse...

A partir de Henrique Pimenta (Bar dio Bardo) aqui cheguei e tive uma ótima impressão, sobretudo nos poemas mínimos. (Por exemplo: Gênese e Revelação.) Mais dia, menos dia, vão parar no Balaio, com os devidos créditos, naturalmente.

Um abraço.

Sonia Schmorantz disse...

Carinho é plumagem bonita, macia, gostosa de sentir.
Quem dá afeto se fortifica; quem o recebe se acalma,
se tranqüiliza, se equilibra.

Um ótimo final de semana, com muito carinho.
Abraço

José Heitor Santiago disse...

Fascinante este mar de poesia!
O sentimento de mar, que não é somente o que capta os sentidos, mas o que transcende e está nas profundezas na memória.

Abraços poema,

jhs

Beatriz disse...

Esse ruge ruge do mar do Ceará é tom, cor, movimento verde e vento

Maria Maria disse...

Oi, Carlos!

Obrigada mais uma vez pela visita ao espartilho. Que bom que gostou do poema Renda.

beijos,

Maria Maria