Falo com o universo silencioso
Que nunca me responde.
É a solidão do cacto no deserto
É o mármore da tumba na noite.
Não encontro a chave no escuro
Onde a água para a minha sede?
Como libertar o ser fechado?
O claustro me cega e me ilumina.
Sou purificado pela rosa do abismo
Os pássaros da memória me beijam a língua.
Penetro no mosaico da lucidez
Penetro no labirinto subterrâneo da linguagem.
É o prenúncio do silêncio e da solidão
É a concha, é a pedra, é o poço do afogado.
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