Um rio flui da montanha, outro da estrela.
Deságuam no meu peito velho de milênios.
Estou imóvel, à beira da estrada, como um rochedo.
Uma árvore me envolve com os braços verdes.
Tenho os pés plantados na terra como raízes.
A seiva densa escorre nas minhas veias.
Os gaviões se agarram aos meus cabelos
E gritam desesperados para o céu
E bicam os meus olhos, a minha língua.
O meu cachorro já se converteu em pedra.
O meu cavalo espera o meu chamado,
Mas tanta água flui dos meus pulmões.
Um peixe navega nas minhas entranhas.
Revolve, dentro de mim, a memória de Cristo.
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