As ondas do mar apagarão o meu epitáfio
Não compreendo a paisagem que emerge do caos.
As palavras me fitam no escuro com seus olhos abertos
Rodopiam num vórtice azul que nasce do vazio.
A cornucópia revela o universo: os cavalos ao sol,
A baleia em alto mar e a estrela no abismo.
A gota de orvalho na orquídea é bênção e terror
Quero cunhar as palavras num monumento de bronze.
Navego encantado pelo silêncio das sereias
Uma faca cega me arranca a língua.
A rosa em chamas entre as árvores queimadas do jardim
A pedra me esmaga: sou cinza e ruínas antigas.
O espelho baço não reflete a minha imagem
As ondas nas areias da praia lavam o meu nome.
Um comentário:
E se as sereias se calassem?
... Mas o silêncio das sereias é uma idéia de Kafka.
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