quinta-feira, 3 de abril de 2008

As flores de pedra

Quando as dores do mundo são a dor.

Na minha língua vai florindo a flor da loucura.

A lagarta cega entre as folhas da árvore

Fia a forma do efêmero.


O galo tece as cores da alvorada

Com os cabelos dos mortos.

As palavras eram de pedra

Quando morreram os últimos jacintos.


O arco-íris assinala o lugar das covas,

A minha língua está seca de tanto contar os mortos.

Meu pai ordenhava as vacas na madrugada;


Ao anoitecer, ordenha a morte.

O silêncio da rosa: abismo.

Uma aranha metafísica me anula.

Um comentário:

Unknown disse...

Querido amigo José Carlos,
Quero parabenizá-lo pelo Blog, fiquei muito feliz por vc...
Tenho colecionado sua Poesias, agora fica mais fácil, deu vontade de reler, parto correndo pra cá.
Um grande abraço, sucesso!!!
Luiza