Quero escrever como o homem das cavernas.
Quero registrar nas paredes o pasmo e o encanto,
O domínio sobre as coisas e o banal dessas coisas.
Quero gravar Deus e a ausência de Deus.
Quero deixar a minha marca na pedra.
Quando o homem escrevia com o diamante,
Quando a palavra era um milagre.
Primeiro a figura dos animais na pedra,
Depois a mulher, o homem e o universo.
Quero pintar o negativo, a forma e o volume.
Quero registrar a árvore, o pássaro e a montanha,
O mar, o peixe e o abismo, as viagens sem retorno.
Quero gravar o bisão e o cavalo, as mãos e os chifres,
O fogo e a sombra, a geometria claro-escura da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário