Não me canso de cantar o meu naufrágio.
A minha alma entre os destroços, a ferrugem
E os baús de memórias de um porto longínquo.
Quem é que fala? Que vozes estou ouvindo,
Os mortos insepultos clamando no abismo?
Sou ninguém e sou os mortos sobrenaturais
Com orações e peixes na garganta.
Derramei o meu sangue entre as pedras da praia,
Quero o mistério do mar inominável.
Vesti a túnica da ilusão do mar.
Quando deixar este mundo de ausência,
Dos ferros do meu naufrágio cantarei
O touro de sombra do mar.
Ensaio no meu canto a viagem para o eterno.
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