quinta-feira, 10 de abril de 2008

A rosa eterna

A rosa desliza no espelho.

Um bater de pálpebras, as pétalas vermelhas

Como sangue na água.

O perfume inebria, estonteia, mata.


Dobro os joelhos, caio por terra.

A voz embargada, os olhos turvos

E a alma em êxtase com a música leve.

A rosa paira no ar, com a dança de seda.


Um gafanhoto se perde nas pupilas abertas.

A morte cintila no cristal.

Os beija-flores bailam na janela.


Os anjos levam a alma da rosa

Batendo as asas brancas e douradas.

A rosa vai e permanece, eterna.

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