domingo, 6 de abril de 2008

Os olhos da minha mãe

Uma flor nos chifres, uma fonte

De leite puro mugindo no pasto.

O orvalho da aurora me purifica.

Brotam da memória um bezerro e um touro


Voando sobre as árvores da infância.

Onde o cavalo do meu pai? Onde

O grito retumbando como o trovão?

Os centauros celestes fazem chover


Pétalas do delírio e borboletas azuis.

Um peixe curioso espia das locas na água verde

Do ribeirão correndo no fundo do pomar.


O eterno dorme ao meu lado como um cão.

Minha mãe chega à porta com pássaros nos ombros

E me mostra a face de Deus nos olhos.

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