Uma flor nos chifres, uma fonte
De leite puro mugindo no pasto.
O orvalho da aurora me purifica.
Brotam da memória um bezerro e um touro
Voando sobre as árvores da infância.
Onde o cavalo do meu pai? Onde
O grito retumbando como o trovão?
Os centauros celestes fazem chover
Pétalas do delírio e borboletas azuis.
Um peixe curioso espia das locas na água verde
Do ribeirão correndo no fundo do pomar.
O eterno dorme ao meu lado como um cão.
Minha mãe chega à porta com pássaros nos ombros
E me mostra a face de Deus nos olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário