terça-feira, 8 de abril de 2008

O outro mar

Joguei os dados da eternidade.

Cantei os mesmos números do jogo

Repetido à exaustão, na beira das águas.

Os cavalos pastam a calma das manhãs.


São perfeitas as estrelas e as anêmonas.

Despojei-me de ritmo, peso e medida.

Caminho com a minha nudez sem sentido

E com todas as fraquezas humanas.


No silêncio dos búzios, a memória de Deus.

O meu destino me convida: adiante.

Pairo no horizonte, entre a terra e o céu.


O mar me fala, sereno, completo.

Eu estudo a angústia do abismo:

Além do mar existe um outro mar.

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