Os cavalos cantarão quando eu morrer,
Cantarão em cavalgadas pelas invernadas
Livres, leves, encantados, finalmente
Longe das contingências humanas.
A noite virá com o seu orvalho puro
Abençoando as casas e as árvores do caminho.
Os pássaros dormirão em silêncio
Sob o perfume das orquídeas e das dálias.
A minha alma se olhará no espelho da lua,
Verá uma estrela se multiplicando,
Inventando os clarins da alvorada.
Eu serei uma pedra dormindo no fundo d’água,
Serei polido pelas águas que passam e passam,
Rolando e me anulando sem fim na eternidade.
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