terça-feira, 29 de abril de 2008

Quando eu morrer


        
     
   














 Os cavalos cantarão quando eu morrer,
        Cantarão em cavalgadas pelas invernadas
        Livres, leves, encantados, finalmente
        Longe das contingências humanas.
 
        A noite virá com o seu orvalho puro
        Abençoando as casas e as árvores do caminho.
        Os pássaros dormirão em silêncio
        Sob o perfume das orquídeas e das dálias.
 
        A minha alma se olhará no espelho da lua,
        Verá uma estrela se multiplicando,
        Inventando os clarins da alvorada.
 
        Eu serei uma pedra dormindo no fundo d’água,
        Serei polido pelas águas que passam e passam,
        Rolando e me anulando sem fim na eternidade.  
                


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