O CARDEAL
Acordo o dia e a vida com a cor
do meu canto. O vermelho contra o branco.
Sofro a dor de existir com a garganta
por um fio. Um espinho sangra a flor.
A manhã azul toda se ilumina.
O galo-da-campina numa orquestra
de pássaros. A música da luz.
No peito chama, clama e açoita a dor.
Amor e dor fulgindo na coroa
da beleza. Eis a vida em plenitude.
O vento me levou, resisti quanto
pude. Nada podemos, quase nada.
O rubro, o branco, o negro conjugados
são a cor da beleza, o brilho e a sombra.
Nós levamos da vida o que vivemos
na nossa luta contra a morte em flor.
2 comentários:
LINDO, Brandão!
A poesia faz a trajetória da paixão. Eu acho lindo esse pássaro.
Parabéns, poeta!
Beijos
Mirze
JC, tão lindo, tão profundo, e salve a poesia!
Beijo
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