Minha homenagem (quase anti-homenagem,
desculpem) ao Dia do Livro:
O
LIVRO
A tarde era cinza, fria, seca; o Zé
olhava o sol-poente com lágrimas nos olhos.
– O que você fez da sua vida, Zé? – a Cida esbravejava.
A fogueira acesa no quintal; queimavam
os galhos da última árvore; folhas ainda verdes estralavam, no meio da fumaça.
O Zé segura nas mãos negras de carvão
um grosso volume de folhas já amareladas; conclui, por fim:
– Eu queimo o meu livro.
jcmb
Um comentário:
O dia é um livro por si só, suas folhas são cápsulas engolidas de acordo com o clima do mundo aos olhos alheios. O dia é um livro, ainda que detalhista, mas modificável.
Meu beijo
Sam.
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