O SILÊNCIO DAS COISAS
O silêncio
dorme à sombra das árvores.
Os animais são
obscuros como os homens.
O sol gira
tanto, as estrelas giram, uma serpente
gira em torno
do meu corpo.
A morte é
real, concreta. A montanha é pesada.
É preciso
falar do amor como uma coisa.
É preciso
falar do amor.
As flores
perfumam a terra, as flores iluminam a terra.
As flores
enlouquecem.
Que pode uma
criatura, entre criaturas, senão morrer?
É preciso
partir. É preciso chegar ao fim da viagem.
Para onde
vamos?
É preciso despedir-me.
Vou sozinho.
Sou o
abandono. A terra me espera.
Vivo com a
terra no sangue. Um dia serei apenas terra.
A caverna me
lembra a necessidade de ser e morrer.
A inocência
dos filhotes caídos do ninho.
Os bois mugem,
as estrelas mugem.
As estrelas sussurram
distantes.
Sou inocente.
Balbucio fracamente.
Um comentário:
Bonito, bonito de doer, bonito de chorar e em silêncio...
beijosss
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