terça-feira, 1 de novembro de 2011

UM COPO DE SILÊNCIO





































UM COPO DE SILÊNCIO


Guardo no meu poema, como num copo,
a imagem líquida das coisas.
A tinta é líquida, a tinta das minhas palavras.
As minhas palavras escorrem dos lábios
ensanguentadas.

A faca desce e se levanta
com o sangue da vida, jubilosa.
O meu poema tem todas as linhas da criação.
A loucura justifica o meu poema como
justifica a vida.

Vamos deixar a melancolia para outra hora.
Por enquanto a mulher não é uma estátua
de sal. O olhar foi punido porque o olhar
é tudo.
Por mais que aceitemos o esquecimento,
o olhar, que também é esquecimento, preserva.

O olhar diz que é a hora do silêncio.
Palavras, palavras, palavras
e o silêncio.
Como um pássaro, o silêncio canta.
Com a voz do esquecimento, o silêncio canta. 






3 comentários:

Unknown disse...

BRAVÍssimo, poeta!


Meu silêncio e meu beijo!

Mirze

Maria Maria disse...

Quando venho aqui, ah!!!!! fico feliz e entro nas imagens e nas palavras.
Lido!!!!!!!!!!!!!

beijos,

Maria Maria

Adriana Godoy disse...

JC, belíssimo! Parabéns pela força e magia desse poema! Bj