domingo, 18 de maio de 2008

A cisterna rachada











Deus encontrou a cisterna rachada.

Sou prisioneiro do universo negro.

Eu me deito sobre a pedra do silêncio.

Sinto o frio do abismo descendo sobre mim.


Como sair da concha? Como alçar vôo?

Ouvir a música das esferas e morrer.

Não é possível morrer para Deus.

A aflição da pérola é eterna.


Piso nos cântaros quebrados no caminho.

O menino morto bóia na água amarga.

Uma estrela afogada brilha ainda.


Os meus pés sangram na argila fina.

Deus vê as sombras no fundo da caverna.

A sombra da rosa não é a rosa.

Um comentário:

TIEPO disse...

suas palavras tem o impacto das evidências de um crime para o detetive. Digitais, explosões, o sangue escorrendo na argila fina... muchas gracias por su trabajo, maestro!

o menino morto agradece! entusiasta

daniel TIEPO