quarta-feira, 28 de maio de 2008

As mãos do oleiro











A poesia salta sobre a sombra.

As mãos do oleiro acariciam a argila,


O sopro dá vida ao cântaro úmido.

A semente por baixo do silêncio da pedra.


Ouça o solilóquio da água na terra.

O meu coração abraça o mundo


Gotejando argila e sangue.

As árvores se abaixam sobre o rio


Que passa cantando e gemendo:

Carrega as barrancas vermelhas com dor.


Um pássaro voa no azul do céu

Filtrando a luz do sol nas penas brancas.


A rosa bóia à flor d’água para sempre.

A poesia salta da sombra com a argila do oleiro.



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