A poesia salta sobre a sombra.
As mãos do oleiro acariciam a argila,
O sopro dá vida ao cântaro úmido.
A semente por baixo do silêncio da pedra.
Ouça o solilóquio da água na terra.
O meu coração abraça o mundo
Gotejando argila e sangue.
As árvores se abaixam sobre o rio
Que passa cantando e gemendo:
Carrega as barrancas vermelhas com dor.
Um pássaro voa no azul do céu
Filtrando a luz do sol nas penas brancas.
A rosa bóia à flor d’água para sempre.
A poesia salta da sombra com a argila do oleiro.
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