quinta-feira, 20 de setembro de 2012

AMÉM






AMÉM


Ó Deus, quando me criaste um vulcão explodiu.
Os lagos se fizeram lavas e voaram como cisnes rubros.
Eu me julguei um cavalo voando além da terra e do céu.
Eu pensei que sabia todas as respostas.

Pensei que podia inundar o deserto com minhas ondas.
O meu mar de soberba era insaciável
Continua insaciável o meu abismo de soberba e molície.
A tua Mãe me pisou a cabeça, eu era a serpente.

A tua e minha Mãe me carregou no colo, eu era a criança desprotegida.
Eu era um verme do pó, indigno do perdão, indigno do Pão da tua carne.
O teu Verbo me salva contra qualquer expectativa.
O teu Verbo se ergue contra a minha insignificância e a luz é feita.

A tua Luz, ó meu Senhor, o teu Espírito desce contra as trevas da minha alma.
A tua língua de fogo se eleva e a minha alma será salva.
Ó Deus, amém.

Espero a condenação com a certeza dos pérfidos.
Espero a condenação: o meu prêmio, o labéu da minha infâmia.  
Se queres salvar-me, amém. Ó Deus, amém.





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