segunda-feira, 24 de setembro de 2012

MEU PAI POETA

                                                                           Meu pai (à direita) e um primo





MEU PAI POETA


Hoje (depois de vinte e tantos anos)
descobri que meu pai dizia um poema

quando repetia, sim, repetia e a graça estava
nessa repetição infindável... A graça ou a poesia?

Imagine os dois personagens e o diálogo repetido,
repetido na voz do meu pai ou deles mesmos:

– Vais pescar?
– Não, vou pescar.
– Ah, pensava que ias pescar.


 


   
________

             Ah, veja a elegância - o terno, as botinas, o chapéu (a bengala, parte da indumentária, não aparece porque estavam sentados, fazendo pose para a foto). Isso foi em 1922. Meu pai tinha 16 anos de idade.




Um comentário:

Eleonora Marino Duarte disse...

Brandão,

tudo lúdico,
o seu pai,
o seu pai e o poema,
o seu pai e o primo,
o seu pai e a repetição,
o seu pai ser teu pai..

além da elegância da homenagem!

um beijo.