REFLEXÃO 1965
Existimos e
não existimos
o bem e o mal
são uma e a mesma coisa
amor e ódio
dão-se as mãos
paz e guerra
no homem coexistem
e tudo flui
incessante
o tempo
badala
plúmbeas
plumas
oscilação
perpétua
para cima
para baixo
o homem é
Deus e é o Nada
moto perpétuo
o mundo devir
para o caos
caminha.
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MEMÓRIA.
Eu já tive 18 anos de idade e fui aprendiz de poesia (ainda sou). E o meu mestre era Murilo Mendes. Para fazer esse poema (é preciso confessar?) eu me inspirei na Reflexão nº 1 de Murilo. Como é feio falar em inspiração, vai com todas as letras (embora fique mais feio): chupei esse poema de Murilo. Para azar, do poema que tem uma das passagens mais fortes dele:
"Ainda não estamos acostumados com o mundo
Nascer é muito comprido."
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