segunda-feira, 23 de abril de 2012

DIA DO LIVRO


Minha homenagem (quase anti-homenagem, desculpem) ao Dia do Livro:



O LIVRO

         A tarde era cinza, fria, seca; o Zé olhava o sol-poente com lágrimas nos olhos.
– O que você fez da sua vida, Zé? – a Cida esbravejava.
         A fogueira acesa no quintal; queimavam os galhos da última árvore; folhas ainda verdes estralavam, no meio da fumaça.
         O Zé segura nas mãos negras de carvão um grosso volume de folhas já amareladas; conclui, por fim:
         – Eu queimo o meu livro.

                                                                                                                                                            jcmb





Um comentário:

Quintal de Om disse...

O dia é um livro por si só, suas folhas são cápsulas engolidas de acordo com o clima do mundo aos olhos alheios. O dia é um livro, ainda que detalhista, mas modificável.

Meu beijo
Sam.