ELEGIA DE FINADOS
A beleza sorri para a morte na varanda,
entre as acácias à beira-mar e à beira-noite.
Estou habitado de ruínas,
alguns fantasmas, pouca cinza.
No limite da montanha uma deusa nua
me oferece o seio,
um pote de mel
e uma gaivota voando sobre a história.
Os dedos de um velho, ocultos sob as barbas,
tecem
imperceptível
a rede do tempo.
A beleza me estrangula, seu diamante implacável.
Uma pétala na taça de vinho, a rosa imarcescível
e o pão nos lábios como uma palavra.
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Poema de 1-11-07. Em 2007, escrevi uma série de elegias - com o nome de elegia, ou apenas o tom, como O Timoneiro. A Elegia de Finados foi a última da série - e, apesar do nome e da data, parece-me a menos elegíaca.
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7 comentários:
Esta Elegia está especialmente bem escrita. Especialíssima.
Meu querido Poeta
Muito linda...uma mensagem eterna.
Beijinhos
Sonhadora
As imagens que sua elegia cria são fantásticas. Gostei muito!
Abraços!
JC, uma preciosidade esses versos. Belos e fortes. Beijo
Forte mesmo, muito bem escrito, intensos versos!
Beijo.
versos atemporais...
e que lindos...
beijo grande
Brandão,
Nessa sua varanda, de frente pra vida, eu venho com minhas ruínas e saio restaurada num sorriso.
Que beleza, Brandão
Bjão e bom fds
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