terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Árvore da Vida



A Árvore da Vida



Com os galhos erguidos para o céu,

despida, quase sem nenhuma folha,

esta é a Árvore da Vida.

(Como será o nome em japonês?)


Quando caiu a bomba em Hiroxima

(ou talvez em Nagasaki)

tudo morreu de vez,

menos esta árvore.


Frágil como uma criança,

no meio da destruição,

no meio da morte,

só ela estava viva.


Com as raízes plantadas na terra,

com os galhos erguidos para o céu.


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A Fernando Campanella, que gosta do tema da Árvore da Vida.


Embora a Sônia tenha me alertado de que o poema não é bom, parece prosa. Mas nem sempre um poeta pode fazer bons poemas. Este, prosaico, tem toda a sua poesia já no tema.


Vi a árvore e ouvi sua história em Poços de Caldas, no Jardim Japonês. Verdade? Imprima-se a lenda. Para a poesia, a lenda é o que importa.


Mas sobre o altar da Catedral do Espírito Santo, de Bauru, há uma representação da Árvore da Vida. Esta Árvore da Vida é a que me importa, a mim, cristão. É a Árvore que está na Bíblia, Gn 2, 9, símbolo da eternidade.


Interessante a comunhão das religiões, com suas mitologias, a riqueza dos seus símbolos. Assim encontramos a Árvore da Vida no Japão.


Assim a encontramos nos cientistas que querem provar a origem da vida sem uma ligação com Deus – origem que chamam graciosamente de Árvore da Vida.



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10 comentários:

Unknown disse...

Lindo demais, José Carlos!

Por acaso ganhei uma, e já está enorme. Tenho um carinho enorme por ela!

Quem falou que não está bom! Um dos poemas mais belos que já li hoje!


Beijos, poeta!

Mirze

Anônimo disse...

Gostei tb do poema José!
Bjs.

Lídia Borges disse...

Para mim, todos os poemas que nos aproximam do mundo, da realidade das coisas, da Natureza, são bons.

Obrigada pelo texto informativo.

Um beijo

Ira Buscacio disse...

Brandão,

O poema é do poeta e a ele cabe a beleza e o sentido. Não há feiura nessa mágica e sim o que toca mais ou menos os sentidos de quem o lê.
Eu admiro seus poemas e todos me tocam profundamente.
Quanto a árvore da vida, seu signo esta em todos os tons religiosos e até, como vc bem disse, nos mais céticos, pq precisamos sabê-la, msm sem entendê-la.
Respiramos essa árvore, meu amigo querido.
Bjs e boa semana

Fernando Campanella disse...

Olá, meu grande amigo, puxa , fiquei muito emocionado com a dedicatória. Ando meio meio em cansaço criativo, e tuas palavras aqui me colocam pra cima. É um belo poema, sim, nascido de uma estória, de uma lenda, e com um conteúdo maravilhoso.
Olha, o Cristianismo incorporou o mito da árvore da vida, mas acredito que ele seja muito mais antigo, mas quem poderia saber da verdadeira origem, perdida nas brumas do tempo mítico? Estou enviando um trechinho da resenha do livro 'A Vida Secreta das Árvores', pela editora Martins Fontes, apresentado a mim por Djabal:

"Os Gondes, do estado de Madhya Pradesh, na Índia central, são uma comunidade muito voltad para as artes visuais. Eles se cercam com sua arte. Tradicionalmente, suas pinturas cobrem os pisos de barro e as paredes de suas casas. A arte é uma forma de prece, e eles acreditam que a fortuna cabe àqueles cujos olhos encontram uma boa imagem... A árvore está em seu cerne, fornecendo sombra, abrigo e alimento, mas também um rico universo imaginário de narrativas e crenças...(Site da Editora Martins Fontes)

Então é isso, meu amigo, curto muito ir fazendo essas relações, saber que outros povos também têm essa admiração por essas mães ancestrais, esse eterno feminino da bênção e da criação.

Abração em vc e na Sônia, vamos manter contato.

BAR DO BARDO disse...

Eu não te obrigo a fazer os melhores poemas do mundo sempre. Basta de vez em quando.

Abraço!

Fernando Campanella disse...

Ah, quanto poeta do pé quebrado, todos somos, poetas de algo quebrado, eu quebrei muitas regras, já peguei carrapato quando fotograva e por aí vai. Mas, nunca quebrei um osso físico, só os ossos ofício, rs....
Ótima recuperação pra vc, meu grande amigo. Um abraço.

Carla Farinazzi disse...

Brandão

Talvez por parecer prosa seja um dos poemas mais lindos! A poesia se disfarça em prosa, nos momentos mais belos.

Eu o achei.

Porque é a árvore da vida um exemplo enorme pra nós. Raízes fincadas firmemente no chão e braços abertos para o céu, para o imenso. Sem folhas... Esperando o momento das folhas.
Símbolo da eternidade.

Beijos

Carla

Gerana Damulakis disse...

Muito bom e Fernando tem razão ao ficar emocionado.
Quem não se encanta com poemas que ficam na fronteira com a prosa?

Anônimo disse...

Então não tenho bom gosto, pois são poemas bem assim de que gosto, com esta intensidade, com este ar no final que nos encerra, nos move algo aqui dentro.

Beijo!