domingo, 4 de outubro de 2009
Visita à nascente do São Francisco
Dois filetes d’água
e as pedras.
A água desliza na canastra de Minas,
canastra de pedra.
Um tamanduá abre os braços no caminho,
um gavião carcará vigia o horizonte,
um galito move o leme minúsculo,
um lobo guará sobe num monte
de pedras.
Tudo são pedras.
As pedras
e a água subliminar.
A casca da anta entre as pedras,
a água entre as pedras
e um pulmão explode
no ar.
A água de pedra
líquida
voa no ar
e corre entre as serras
de pedra.
E vai o Chiquinho
e doa
e abençoa.
_______________
Visita à Nascente do São Francisco é o rascunho-plano de uma longa crônica que postei aqui há dois anos e pouco narrando a minha viagem à nascente do rio São Francisco. Humilde como o rio que vai nascendo e como o São Francisco que comemoramos hoje, ficou esquecida. Penso que a sua simplicidade vale a pena de ser apreciada.
Ah, essa foto foi batida na nascente do Chiquinho.
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6 comentários:
As nascentes sempre me impressionaram, Brandão.
Filetes d'água que viram mar. Talvez a mais generosa das irmãs...
Beijo
Tb já estive ai!
bjs.
Esta lembrança de São Francisco, o protetor dos animais, é muito bonita!
abraço, ótima semana
Sempre atento, JC, às possibilidades da natureza. Muito lindo seu poema ao velho Chico.Bj
Florscência das águas...
E vai o Chiquinha, e se transforma em Chicão, bela homenagem a esse marco natural, glória das Minas Gerais, a unir populações e culturas. Um grande abraço, Brandão.
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