Natal em Bagdá (1998)
A bomba desenha uma cruz em Bagdá,
A estrela explode antes de nascer,
A mulher rasga com as unhas o ventre ressequido,
Dois olhos vazios me olham de lugar nenhum.
As árvores estão despidas como esqueletos,
A rosa não tem mais nenhuma pétala,
A raposa e outros bichos tristes choram no deserto,
O universo é um cogumelo gotejando.
Profeta sobrevivente do exílio,
Já não tenho voz e canto à beira da estrada.
Todas as crianças têm a garganta cortada,
O sangue das crianças colore a aurora.
Um menino queima sobre a palha,
Das suas cinzas o novo homem vai renascer.
Um comentário:
Bravíssimo!
José Carlos!
Desejo um Ano De Paz e Poesia, porque a sua, me enleva.
Beijos
Mirze
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