UM COPO DE SILÊNCIO
Guardo no
meu poema, como num copo,
a imagem
líquida das coisas.
A tinta é
líquida, a tinta das minhas palavras.
As minhas
palavras escorrem dos lábios
ensanguentadas.
A faca desce
e se levanta
com o sangue
da vida, jubilosa.
O meu poema
tem todas as linhas da criação.
A loucura
justifica o meu poema como
justifica a
vida.
Vamos deixar
a melancolia para outra hora.
Por enquanto
a mulher não é uma estátua
de sal. O
olhar foi punido porque o olhar
é tudo.
Por mais que
aceitemos o esquecimento,
o olhar, que
também é esquecimento, preserva.
O olhar diz
que é a hora do silêncio.
Palavras,
palavras, palavras
e o
silêncio.
Como um
pássaro, o silêncio canta.
Com a voz do
esquecimento, o silêncio canta.
3 comentários:
BRAVÍssimo, poeta!
Meu silêncio e meu beijo!
Mirze
Quando venho aqui, ah!!!!! fico feliz e entro nas imagens e nas palavras.
Lido!!!!!!!!!!!!!
beijos,
Maria Maria
JC, belíssimo! Parabéns pela força e magia desse poema! Bj
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