sábado, 12 de novembro de 2011

UMA LABAREDA



























UMA LABAREDA


Uma labareda atravessa a minha língua,
queima,
ilumina
as palavras que escrevo.
O teu corpo é um campo lavrado,
semeado
e brotando
ao sol.
É de ouro o teu corpo ao sol estival.

O mel fulgura com o incêndio de todas as abelhas
no teu corpo.
A morte é pouco milagre
para tanta colheita.
As coisas dormem com o perfume das árvores.

As coisas,
faca,
estrela,
pedra,
lume,
terra,
serpente,
as coisas são insaciáveis
refletidas, multiplicadas no espelho do tempo.





Um comentário:

Unknown disse...

Bárbaro, Brandão!

As coisas são insaciáveis quando enxergamos o tempo nelas.

Beijos

Mirze