UMA LABAREDA
Uma labareda
atravessa a minha língua,
queima,
ilumina
as palavras
que escrevo.
O teu corpo é
um campo lavrado,
semeado
e brotando
ao sol.
É de ouro o
teu corpo ao sol estival.
O mel fulgura
com o incêndio de todas as abelhas
no teu corpo.
A morte é
pouco milagre
para tanta
colheita.
As coisas
dormem com o perfume das árvores.
As coisas,
faca,
estrela,
pedra,
lume,
terra,
serpente,
as coisas são
insaciáveis
refletidas,
multiplicadas no espelho do tempo.
Um comentário:
Bárbaro, Brandão!
As coisas são insaciáveis quando enxergamos o tempo nelas.
Beijos
Mirze
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