segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A HENRI MATISSE
































A HENRI MATISSE

Do interior com berinjelas
de um vaso
de uma lareira

A flor ocre
a tela e a terra
o espelho e a paisagem na janela

Porque as coisas são cores
a dança dos corpos nus
no azul da tela imóvel

A música e o retrato no estúdio vermelho
o incêndio no relógio sem ponteiros

A paisagem pintada na janela
a cadeira diante do espelho negro

As manchas e a luz
o sol
o mar
e as palmeiras

Um corpo nu
quatro laranjas na tigela verde
e a face pintada da mulher com chapéu

A mão livre
as formas no mural
a água e o sol
e a luz

As ondas brancas no mar azul
os anjos e as nuvens dançando no céu

Círculos
linhas
e as últimas pipas
e a nudez flutua na solidão dançarina

As palmeiras
as flores
e as gaivotas
suspensas na brisa marinha

Um cão
as ondas
as árvores
e os muros brancos contra o céu azul

O livro e as frutas na mesa
os pássaros engaiolados entre as nuvens

O vôo de Ícaro
o funeral de Pierrô
entre os oceanos e os vulcões

Meu reino pela cor da borboleta azul
meu reino pela forma das asas no ar.



5 comentários:

Luiza França disse...

Brandão, amei o jogo de palavras.

O brinde no final "o azul da borboleta" e "forma das asas no ar"... Lindo desejo.

É o brinde perfeito.

Parabéns!
Luiza
www.barracodevidro.blogspot.com

Rita Venâncio disse...

Belíssimo poema...

Um abraço,
Rita Venâncio.

Fernando Campanella disse...

Uma celebração das formas e cores, e um desfecho estupendo:

"Meu reino pela cor da borboleta azul
meu reino pela forma das asas no ar."
Belíssimo , Brandão. Forte abraço, meu amigo.

Vasqs disse...

Na caçapa. Olho a foto: Matisse!

Unknown disse...

Matisse está aqui. Presente em cada verso, em cada cor.

Os dois últimos versos coroam o poema!

Beijos, poeta!

Mirze