A HENRI MATISSE
Do interior com berinjelas
de um vaso
de uma lareira
A flor ocre
a tela e a terra
o espelho e a paisagem na janela
Porque as coisas são cores
a dança dos corpos nus
no azul da tela imóvel
A música e o retrato no estúdio vermelho
o incêndio no relógio sem ponteiros
A paisagem pintada na janela
a cadeira diante do espelho negro
As manchas e a luz
o sol
o mar
e as palmeiras
Um corpo nu
quatro laranjas na tigela verde
e a face pintada da mulher com chapéu
A mão livre
as formas no mural
a água e o sol
e a luz
As ondas brancas no mar azul
os anjos e as nuvens dançando no céu
Círculos
linhas
e as últimas pipas
e a nudez flutua na solidão dançarina
As palmeiras
as flores
e as gaivotas
suspensas na brisa marinha
Um cão
as ondas
as árvores
e os muros brancos contra o céu azul
O livro e as frutas na mesa
os pássaros engaiolados entre as nuvens
O vôo de Ícaro
o funeral de Pierrô
entre os oceanos e os vulcões
Meu reino pela cor da borboleta azul
meu reino pela forma das asas no ar.
5 comentários:
Brandão, amei o jogo de palavras.
O brinde no final "o azul da borboleta" e "forma das asas no ar"... Lindo desejo.
É o brinde perfeito.
Parabéns!
Luiza
www.barracodevidro.blogspot.com
Belíssimo poema...
Um abraço,
Rita Venâncio.
Uma celebração das formas e cores, e um desfecho estupendo:
"Meu reino pela cor da borboleta azul
meu reino pela forma das asas no ar."
Belíssimo , Brandão. Forte abraço, meu amigo.
Na caçapa. Olho a foto: Matisse!
Matisse está aqui. Presente em cada verso, em cada cor.
Os dois últimos versos coroam o poema!
Beijos, poeta!
Mirze
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