sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A PAUL KLEE





























   PAUL KLEE

É sempre um anjo
inacabado
distraído
num barco antigo
sábio e cheio de esperança

Os barcos em repouso
dançam com as bruxas terrestres

Um cão uiva diante de tantas janelas
e crianças em frente da cidade

Candide foi expulso com grandes chutes no traseiro
mas acaricia a sua ovelha

Isto é um demonstrativo da morte

O desenho da face de um homem
a má estrela dos navios

Todo equilíbrio é oscilante
a arquitetura das cores nos cubos
o matrimônio do vermelho com o azul

Mas todo jardim é mágico

A mãe e o filho
a flor tropical
o longínquo grupo de árvores

Ou a meditação

O morro
na pedreira
o bastardo
o passo

E sempre o olho

O louco
patético
na prisão

Veleiros
vento de fogo
a virgem na árvore

Paul Klee é um velho músico angelical.

                José Carlos Brandão


 

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