sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Federico García Lorca



























A Federico Garcia Lorca

Dos telhados da tarde flui a chuva.
Os talos de penumbra nas veredas,
a paisagem se queda cinza e sonho.
Sobre os ramos de pássaros tristonhos,

uma chaga se grava na folhagem.
Suspiram múrmuros tremores acres.
As espigas desabam com estrondo
de granizos de estrelas que soluçam.

Eleva-se da terra névoa aflita,
ânsia de flores turvas pelas águas.
Do húmus se liquefaz um negro sumo,

cravos na face e luto nos cabelos.
Olhares delirantes suam trevas.
E minha voz desliza, além da imagem.



7 comentários:

Wilson Torres Nanini disse...

José Carlos,

permita que eu me aproprie da sua para fazer minha homenagem a Lorca, um dos primeiros poetas que me fizeram ousar escrever versos.

Que sua voz não se cale nunca! E que o luto que nos berça nos lembre sempre que há tiranos no mundo, à espreita.

Abraços!

Unknown disse...

Bravo, José Carlos!

Elevo minha voz junta à sua para homenagear o grande poeta e escritor.

Beijos

Mirze

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido Poeta

Como sempre um belo poema e como sempre é nas entrelinhas que acontece poesia.

beijinhos
Sonhadora

Jota Brasil disse...

Ninguém faz uso da personificação e a hipérbole tão bem quanto o poeta BRANDÃO....por que será???
rsrs

Bazófias e Discrepâncias de um certo diverso disse...

Tive pouco contato com a obra de García Lorca, além de um livreto com belíssimas poesias. Justa homenagem!!! abs

Fernando Campanella disse...

As palavras na penumbra, os murmúrios da noite, as imagens remetendo aos mistérios das sombras. Um lirismo digno do Lorca, Brandão. Forte abraço, meu amigo.

Daniela Delias disse...

Que poema lindo...
Beijão pra vc!