A Federico
Garcia Lorca
Dos telhados da
tarde flui a chuva.
Os talos de
penumbra nas veredas,
a paisagem se
queda cinza e sonho.
Sobre os ramos
de pássaros tristonhos,
uma chaga se
grava na folhagem.
Suspiram
múrmuros tremores acres.
As espigas desabam
com estrondo
de granizos de
estrelas que soluçam.
Eleva-se da
terra névoa aflita,
ânsia de flores
turvas pelas águas.
Do húmus se
liquefaz um negro sumo,
cravos na face
e luto nos cabelos.
Olhares
delirantes suam trevas.
E minha voz
desliza, além da imagem.
7 comentários:
José Carlos,
permita que eu me aproprie da sua para fazer minha homenagem a Lorca, um dos primeiros poetas que me fizeram ousar escrever versos.
Que sua voz não se cale nunca! E que o luto que nos berça nos lembre sempre que há tiranos no mundo, à espreita.
Abraços!
Bravo, José Carlos!
Elevo minha voz junta à sua para homenagear o grande poeta e escritor.
Beijos
Mirze
Meu querido Poeta
Como sempre um belo poema e como sempre é nas entrelinhas que acontece poesia.
beijinhos
Sonhadora
Ninguém faz uso da personificação e a hipérbole tão bem quanto o poeta BRANDÃO....por que será???
rsrs
Tive pouco contato com a obra de García Lorca, além de um livreto com belíssimas poesias. Justa homenagem!!! abs
As palavras na penumbra, os murmúrios da noite, as imagens remetendo aos mistérios das sombras. Um lirismo digno do Lorca, Brandão. Forte abraço, meu amigo.
Que poema lindo...
Beijão pra vc!
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