terça-feira, 30 de agosto de 2011

AMAR


























AMAR


Vamos aconchegar-nos bem juntos um ao outro,
ouvindo o órgão do outono, na margem da noite.

A fonte se prostra e canta palavras de amor.
Nossas frontes estão douradas com o crepúsculo:

nós nos amamos com todo o ouro do crepúsculo.
Nossa casa floresce como um ninho na montanha.

Você tem a ternura nos olhos, onde eu mergulho.
Fiquemos parados, ouvindo a brisa entre os ramos.

Amar não se conhece: entra no corpo, com o sangue.
Alma é uma lamparina antiga que ilumina e enche

de sombras a casa, onde, sob o arco do mistério,
estamos juntos e não existe palavra que importe.

Vamos aconchegar-nos um ao outro, ouvindo a brisa.
Nós nos amamos e não conhecermos é o nome do amor.

Fiquemos parados, ouvindo o órgão da noite que chama.

                                              José Carlos Brandão



3 comentários:

Luiza França disse...

Que lindo poema Brandão. Amei!

Luiza
www.barracodevidro.blogspot.com

Unknown disse...

É difícil encontrar um poema de amor tão sublime.

Um amor que pulsa verdadeiramente.

Parabéns, poeta!

Beijos

Mirze

Fernando Campanella disse...

Belíssimas palavras sobre o amor, o aconchego que é mais que o sal, a bênção da vida. Abraços, Brandão.