O POSTE DE TOMAS TRANSTRÖMER
O poste de ferro diante das
ruínas da velha igreja
e nenhuma música.
O sol de metal sobre a montanha
de pedra
queima os pássaros da morte.
Viver ou morrer com a relva que
se alastra
no fundo do poço.
O silêncio do poema como um
sinal de vida
antes da morte.
Descasquei a cebola torcendo o
nariz.
Ganchos rasgavam a carne até o
osso.
Uma a uma iam caindo as faces
sobrepostas
alheias e ainda íntimas.
A cidade multiplica suas
esfinges frias
pelas ruas iluminadas.
As sombras dançam com as
magnólias, deslizam
gemendo sob uma lua de plástico.
12-23-2011 J.
C. M. Brandão
Um comentário:
Caramba, fiquei pensando nessa cebola descascando, como se fôssemos nós a dita cuja. Estes dias fiz uma reflexão sobre poste de ferro também... abs Brandão! :D
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