POEMA MELANCÓLICO
Os telhados
estão melancólicos, debruçados na beirada
das montanhas.
As cigarras,
sonhando
um mundo livre
de sanhaços,
quebram
as vidraças. O
melro gostaria
de tocar
piano,
as teclas
pretas e brancas convidam. Não é tempo das lágrimas
do arco-íris.
É o tempo
dos girassóis,
das abelhas
zumbidoras,
dos carrapatos
e das urtigas.
Um soldado ergue um fuzil, aponta e atira. Uma pomba
cai morta.
Uma criança
cai morta.
As armas foram
feitas para matar. E matam, sem piedade. Cumprem
sua função.
Um caranguejo
anda de lado, medindo o terreno com suas
grandes
pinças. O caranguejo
é triste. É
triste
como uma
caranguejola.
J. C. Brandão
5 comentários:
Meu querido Poeta
Nostálgico, mas verdadeira a essência do seu poema.
Um beijinho
Sonhadora
Concordo, os carangueijos cheios de armas devem ser tristes. Poema maravilhoso esse, beijo.
Muito bonito! "Os Telhados estão melancólicos, debruçados na beirada das montanhas" abraços
Que lindo poema, Brandão!
Precisamos de um exército para proibir que uma arma abata uma ave.
Deveria ser crime. E é.
Lindo e realmente melancólico!
Beijos
Mirze
Telhados de água e dor, telhados de infância e desejos. Telhados sem as paredes carregando poesias.
beijoss
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