O SILÊNCIO DE DEUS
Bebemos das pedras da montanha
o silêncio de Deus.
As pedras desoladas
manavam silêncio.
O pó se elevava das pedras, refulgia.
Reflexo de estrelas no ar.
O silêncio seco.
A sede grande.
Fagulhas de luz seca
olhos a dentro.
A morte seca.
A alma seca.
A morte seca de Deus
alma a dentro.
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O meu amigo Wellington Leite tinha um programa de rádio em que mostrava os poetas dizendo seus poemas. A rádio fez uma reengenharia (inventaram esse termo para justificar certas mudanças pragmáticas) e o programa ficou fora do ar. Eu havia gravado umas duas longas séries de poemas. O Wellington criou um blog e expôs, entre outros, o poema O Silêncio de Deus, explicando que fora o poema quje dera título a meu livro O Silêncio de Deus. Eu lhe agradeci, complementando que o poema é mais histórico ainda: deu o título ao livro, sim, e não está no livro. Na reengenharia (essa palavra feia que não justifica nada) que fiz em meus poemas, até o poema-título ficou fora. Para quem não o conhece, aqui está.
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5 comentários:
Vale o título de sua obra, certamente. Beleza, JC! Beijo
Que beleza!
Sinto-me feliz por você que eu já sabia que era de Deus!
Beijos
Mirze
Há sentimentos duros de sentir; ressecam, travam.
Lindo poema, beijo
El
Brandão, onde é essa igreja? Por acaso é a catedral de Avaré? abs
Faltou um verso:
Os versos desaguam
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